VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 29 de abril de 2008

AS ADMOESTAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - VI

AS ADMOESTAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - VI


6. Admoestação: Da imitação de Cristo.

“Consideremos todos, meus irmãos, o Bom Pastor que, por suas ovelhas, sofreu a paixão da cruz. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação, na perseguição, no opróbrio, na fome, na sede, na enfermidade, na tentação e em todo o mais, e receberam, por isso do Senhor, a vida eterna. É pois uma grande vergonha para nós outros servos de Deus, terem os santos praticado tais obras, e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram.” (Escritos de S. Francisco).

Caríssimos irmãos e irmãs, quem experimenta as coisas de Deus dá testemunho delas. A fé, mais do que um dom, é uma graça do Espírito Santo que nos leva a testemunhar as graças recebidas ou ainda, ela é a comprovação de que estamos unidos a Deus e por Ele conduzidos e que nossas ações são feitas em Deus, por Deus e para Deus. Testemunhar é, pois, um ato de quem vive em Deus as virtudes concedidas por Ele para que comprovemos os frutos do seu amor: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos”. (Ef. 2,8-10).

E ainda, quem ressuscitou com Cristo dá o testemunho dessa ressurreição: “Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. (At. 1,8-10).

Quando São Francisco diz: “É uma grande vergonha para nós outros servos de Deus, terem os santos praticado tais obras, e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram”, ele se refere ao testemunho que cada um de nós temos para dar e não damos e assim deixamos de cumprir a nossa missão de conviver com Deus e no seio da humanidade sendo transparência dessa sua presença divina em nós, pois uma vez que somos seus filhos e filhas, somos também testemunhas fiéis do que Deus opera no meio de nós.

“Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida”. (Fl 2,12-16a).

Portanto, imitar Jesus segundo esta admoestação é fazer o que Ele fez conforme Ele mesmo nos ensinou: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai". (Jo 14,12) ou ainda conforme São João: "aquele que afirma permanecer nele (em Cristo) deve também viver como ele viveu". (1Jo 2,6).

Que o Deus da esperança que vos cumula de toda graça e paz em vossa fé, esteja sempre convosco. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

AS ADMOESTAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - V

5. Admoestação: Que ninguém se ensoberbeça, mas antes se glorie na cruz do Senhor.

“Considera, ó homem, a que excelência te elevou o Senhor, criando-te e formando-te segundo o corpo à imagem do seu dileto Filho e, segundo o espírito, à sua própria semelhança. Entretanto, as criaturas todas que estão debaixo do céu, a seu modo, servem e conhecem e obedecem ao seu Criador melhor que tu. Não foram tampouco os espíritos malignos que o crucificaram, mas tu em aliança com eles o crucificaste e o crucificas ainda, quando te deleitas em vícios e pecados.

De que, então, podes gloriar-te? Mesmo que fosses tão arguto e sábio a ponto de possuíres toda a ciência, saberes interpretar toda espécie de línguas e perscrutares engenhosamente as coisas celestes, nunca deverias gabar-te de tudo isso, porquanto um só demônio conhece mais as coisas da terra que todos os homens juntos, a não ser que alguém tenha recebido do Senhor um conhecimento especial da mais alta sabedoria.

Do mesmo modo, se fosses mais belo e mais rico que todos, e até operasses maravilhas e afugentasses os demônios, tudo isso seria estranho a ti nem te pertenceria nem disto te poderias desvanecer. Mas numa só coisa podemos ‘gloriar-nos: de nossas fraquezas’ (2Cor 12,5), carregando dia a dia a dia a santa cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”. (E. de S. Francisco).

Com certeza São Francisco aprendeu muito de São Paulo, pois esse apóstolo assim se expressava: “Importa que me glorie? Na verdade, não convém! Passarei, entretanto, às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe. E sei que esse homem - se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o sabe-foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir.

Desse homem eu me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas. Pois, ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade. Mas abstenho-me, para que ninguém me tenha em conta de mais do que vê em mim ou ouve dizer de mim. Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade.

Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte”. (2Cor 12,1-10).

A única glória verdadeira é a glória da Cruz do Senhor, ninguém chega à vida eterna sem passar pela cruz: "Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mc 8,34). "Pois, quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo". (Lc 14,27).

"Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo". (Gl 6,14). Por isso: “Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Altíssimo e contemplar o seu santuário”.

Glorificado sejas meu Senhor, agora e por toda eternidade! Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

terça-feira, 22 de abril de 2008

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAÍ HOJE"


"Eu sou o Pão de vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede". (Jo. 6,35).

O ser humano em sua naturalidade está sempre dependendo; assim sendo, dependemos do ar que respiramos, da comida que comemos e da água que bebemos; a isso chamamos de necessidades naturais; porém, a nossa dependência vai além das necessidades naturais; logo que nascemos somos um dos únicos seres que dependemos em tudo de nossos pais de forma que, com isso, temos uma forte ligação psíquica emocional com nossos genitores e isso demonstra a nossa fragilidade e ao mesmo tempo a nossa fortaleza, pois se dependemos em tudo também somos amados e defendidos por aqueles que nos deram a vida. E mesmo se um pai ou mãe abandona sua prole, Deus jamais nos abandonará: "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca". (Is 49,15).

Ora, refletindo sobre essa nossa realidade humana, nos perguntamos: como pode ser de filhos de Deus vivendo nestas condições? Se vemos tanta miséria na face da terra, isso se dá porque não assumimos que somos filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Daí o desastre nas relações humanas; as divisões e guerras de toda espécie devido à ganância que ocupa os corações daqueles que buscam egoisticamente construir seus impérios às custas da infelicidade dos menos favorecidos.

Viver a condição de filhos e filhas de Deus é deixar-nos conduzir pelo Espírito Santo no seguimento de Jesus Cristo o Filho de Deus por excelência. Quando dizemos: "Dai-nos", isto implica dizer que "é bela a confiança dos filhos e filhas que tudo esperam de seu Pai. Pois "Ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos" (Mt 5,45) e dá a todos os seres vivos "o alimento a seu tempo" (Sl 104,27). Jesus nos ensina a fazer este pedido, que glorifica efetivamente nosso Pai, porque reconhece como Ele é bom para além de toda bondade.

"Dai-nos" é ainda expressão da Aliança: pertencemos a Ele e Ele pertence a nós e age em nosso favor. Mas esse "nós" significa reconhecê-lo também como o Pai de todos os homens, por isso, lhe pedimos por todos eles, em solidariedade com suas necessidades e sofrimentos.

"O pão nosso". O Pai, que nos dá a vida, não pode deixar de nos dar alimento necessário à vida, todos os bens "úteis" matérias e espirituais. No Sermão da Montanha, Jesus insiste nesta confiança filial que coopera com a Providência de nosso Pai (Cf. Mt 6,25-34). Não nos exorta a nenhuma passividade (Cf. 2Ts 3,6-13), mas quer libertar-nos de toda inquietação e de toda preocupação. É esse o abandono filial dos filhos de Deus: "Aos que procuram o Reino e a justiça de Deus, Ele promete dar tudo por acréscimo. Com efeito, tudo pertence a Deus: a quem possui Deus, nada lhe falta, se ele próprio não falta a Deus" (São Cipriano, Dom. orat. 21: PL 4,534)".

Caríssimos irmãos e irmãs é louvável a iniciativa do nosso Presidente da República começar seu governo atacando um dos males que mais envergonha a nossa sociedade que é a fome e a miséria em que se encontra a grande maioria de nossa população menos favorecida.

Peçamos a Deus que lhe dê sabedoria e discernimento para que esse princípio de justiça de seus atos de governo seja alento para a população que será assistida pelos órgãos governamentais e que o Senhor todo poderoso o ilumine e oriente para que seja um instrumento de fraternidade e solidariedade na solução dos nossos problemas sociais.

Vem, Senhor Jesus! Aqui estamos e te esperamos na certeza de que Reino de Deus e sua Justiça, que se faz presente no meio de nós, chegará à sua plenitude com a tua segunda vinda.

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

sábado, 19 de abril de 2008

AS ADMOESTAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

4. Admoestação: Quem ninguém considere como propriedade sua o cargo de prelado.

“Não vim para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28), diz o Senhor. Os que estão constituídos sobre os outros não se vangloriem dessa superioridade mais do que se estivessem encarregados de lavar os pés aos irmãos. E se a privação do cargo de superior os perturba mais que a privação do encargo de lavar os pés, amontoam para si tanto mais riquezas com perigo para sua existência. (Escritos de S. Francisco).

Caríssimos irmãos e irmãs, nada temos que seja nosso, todo dom pertence a Deus; tudo o que Dele recebemos, recebemos para a nossa salvação e para o bem do próximo. Nenhum cargo nos é concedido para nos gloriarmos, mas para servirmos o Senhor. Precisamos aprender muito com Jesus, que “veio para fazer a vontade D’aquele que lhe enviou”.

A respeito desse assunto eis o que encontramos no Evangelho de São Marcos: “Jesus chamou os discípulos e deu-lhes esta lição: Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos”. (Mc 10, 42-45).

São Paulo bem aprendeu a lição de seu Mestre Jesus Cristo e assim se expressou: “Embora livre de sujeição de qualquer pessoa, eu me fiz servo de todos para ganhar o maior número possível. Para os judeus fiz-me judeu, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, fiz-me como se eu estivesse debaixo da lei, embora o não esteja, a fim de ganhar aqueles que estão debaixo da lei.

Para os que não têm lei, fiz-me como se eu não tivesse lei, ainda que eu não esteja isento da lei de Deus - porquanto estou sob a lei de Cristo -, a fim de ganhar os que não têm lei. Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos. E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante”. (1Cor 9,1923).

Isto quer dizer que quando damos sentido ao nosso serviço ele torna-se meio de salvação para muitos, pois aquele que serve é mais importante do que aquele que manda; Deus não quer líderes, mas servidores do Seu Reino; Deus não quer mandatários, mas servos humildes: “Vede, irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres.

O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. Assim, nenhuma criatura se vangloriará diante de Deus. É por sua graça que estais em Jesus Cristo, que, da parte de Deus, se tornou para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito: quem se gloria, glorie-se no Senhor”. (Jr. 9,23). (1Cor 2,26-31).

Prezados irmãos, servir é amar e quem ama é plenamente feliz porque o amor é o próprio Deus. Quando tudo estiver consumado, quando a glória eterna do Senhor se fizer em toda a sua plenitude, haveremos de gozar as alegrias daquilo que plantamos em nossa fé para que essa glória divina resplandecesse nos corações: “Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é”. (1Jo 3,2).

Amém! Assim seja! Vem Senhor Jesus!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

“SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU”

“É Vontade de nosso Pai que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,3-4).

Essa oração que pede ou suplica a Vontade de Deus leva-nos a compreender o nosso desligamento dessa Santa Vontade pelo pecado, que infiltrado em nossas entranhas, nos faz reféns de nós mesmos e dos nossos caprichos. Antes do pecado o ser humano tinha total acesso à Vontade de Deus, gozava dos Seus frutos e se entretinha com o seu Criador face a face. Esse deleite humano foi perdido com a pretensão de querer ser como deuses, conhecedores do bem e do mal (Cf. Gn 3,1-4). Isso fez com que nossos primeiros pais e nós hoje experimentássemos a infelicidade e a morte como fruto de nossa desobediência. A desordem da criação que vemos atualmente nada mais é do que a desarmonia humana pela não adesão ao querer e ao agir do Senhor nosso Deus.

Querer a Vontade Divina novamente é voltar à originalidade daquela comunhão perdida no Éden, é mergulhar no mistério da vida e gozar mais um vez da felicidade dos filhos de Deus. Mas o que é ou quem é mesmo a Vontade de Deus? Vejamos o que São Paulo escreve na Carta aos Efésios: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a benção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos.

No seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito (consentimento) de sua livre Vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem Amado. Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência”. (Ef. 1,3-8).

“Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua Vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos – desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra. Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua Vontade, para servimos à celebração de sua glória”. (Ef. 1,9-12 a).

Constatado, pois, qual seja a Vontade do Senhor nosso Deus, ou seja, nossa adesão a Jesus Cristo, o seu Filho amado. O que fazer? “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a Vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rm 12,1-2). “Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com ele, e com isso realizar sua Vontade; dessa forma ela será cumprida perfeitamente na terra como no céu”. (Orígenes, Or. 26).

Vem, Senhor Jesus! MARANA THA!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

“SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU”.

“É Vontade de nosso Pai que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,3-4).

Essa oração que pede ou suplica a Vontade de Deus leva-nos a compreender o nosso desligamento dessa Santa Vontade pelo pecado, que infiltrado em nossas entranhas, nos faz reféns de nós mesmos e dos nossos caprichos. Antes do pecado o ser humano tinha total acesso à Vontade de Deus, gozava dos Seus frutos e se entretinha com o seu Criador face a face. Esse deleite humano foi perdido com a pretensão de querer ser como deuses, conhecedores do bem e do mal (Cf. Gn 3,1-4). Isso fez com que nossos primeiros pais e nós hoje experimentássemos a infelicidade e a morte como fruto de nossa desobediência. A desordem da criação que vemos atualmente nada mais é do que a desarmonia humana pela não adesão ao querer e ao agir do Senhor nosso Deus.

Querer a Vontade Divina novamente é voltar à originalidade daquela comunhão perdida no Éden, é mergulhar no mistério da vida e gozar mais uma vez da felicidade dos filhos de Deus. Mas o que é ou quem é mesmo a Vontade de Deus? Vejamos o que São Paulo escreve na Carta aos Efésios: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a benção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos.

No seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito (consentimento) de sua livre Vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem Amado. Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência”. (Ef. 1,3-8).

“Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua Vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos – desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra. Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua Vontade, para servimos à celebração de sua glória”. (Ef. 1,9-12 a).

Constatado qual seja a Vontade do Senhor nosso Deus, ou seja, nossa adesão a Jesus Cristo, o seu Filho amado. O que fazer? “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a Vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rm 12,1-2).

“Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com ele, e com isso realizar sua Vontade; dessa forma ela será cumprida perfeitamente na terra como no céu”. (Orígenes, Or. 26).

Vem, Senhor Jesus! MARANA THA!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

VENHA A NÓS O VOSSO REINO"

“VENHA A NÓS O VOSSO REINO”.
“Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão dadas em acréscimo”. (Mt 6,33).

Não há dúvida que o Reino de Deus e sua vinda formam o tema central da pregação de Jesus. Para Jesus o Reino de Deus é Deus mesmo, agindo no mundo de forma decisiva, manifestando-se a Si mesmo e ordenando sua criação por meio Dele que é o seu Filho amado. É por isso, que Jesus inclui o “Venha a nós o vosso Reino” na oração do Pai nosso, pois para Jesus a oração é o poder de Deus em nossa vida que libera as graças necessárias para a nossa salvação e, o Reino de Deus é a verdadeira salvação, lugar comum dos filhos e filhas do Altíssimo, morada eterna onde a verdadeira justiça se faz presente em todos os sentidos.

Caríssimos irmãos e irmãs vivemos num mundo onde a nossa liberdade é influenciada pela ação do mistério da iniqüidade de tal forma que a desarmonia e a desordem advinda do pecado torna a vida humana sobre a terra um verdadeiro inferno. Vivemos em meio a toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; inveja, homicídio, contenda, engano e malignidade, e mesmo assim cultivamos a esperança de uma vida melhor, onde haja a igualdade, onde o amor reine em toda a sua plenitude e onde Deus seja tudo em todos. Ora irmãos e irmãs, esse desejo do Reino dos Céus não é uma utopia (algo inatingível), é a vontade de Deus expressa por Jesus para todos aqueles que servem a Deus “em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de sua vida”.

Escrevendo às primeiras comunidades São João assim se Expressa: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3). Com isto, São João anunciava o Reino de Deus que consiste nessa comunhão perfeita de amor, pois “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele”.

Por outro lado, a vinda do Reino de Deus também significa o cumprimento da Justiça Divina, isto é, o julgamento de todos os homens e mulheres desde o princípio da criação. São João Batista pensava o Reino de Deus como julgamento divino que estava para acontecer em breve e por isso anunciava o batismo e a conversão como única forma de salvação. Jesus, porém, começa sua missão salvífica anunciando: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: fazei penitência e crede no Evangelho”. (Mc 1,15). Portanto, é urgente a nossa adesão ao plano de salvação que o Senhor nos propõe, pois sua vinda é iminente (está próxima).

“Venha a nós o vosso Reino”, essa expressão da Oração do Senhor, trata de seu retorno, de sua vinda gloriosa no fim dos tempos. Por isso, “considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e um nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz”. (2Pd 3,11b-13).

“Vem, Senhor Jesus!” MARANA THA!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

sábado, 12 de abril de 2008

"SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME"

“SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME”.
“Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!” (Is 6,3).

“Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo, amá-lo e bendizê-lo, o Espírito filial faz subir de nossos corações sete pedidos, sete bênçãos. Os três primeiros nos atraem para a Glória do Pai; os quatros últimos, como caminhos para Ele, oferecem nossa miséria à sua Graça. “Um abismo grita a outro abismo” (Sl 42,8).

A primeira série de pedidos nos leva em direção a Ele, para Ele: vosso Nome, vosso Reino, vossa Vontade! É próprio do amor pensar primeiro naquele que amamos. Em cada um destes três pedidos não nos mencionamos, mas o que se apodera de nós é “o desejo ardente”, “a angústia” até, do Filho bem-amado para a Glória de seu Pai. “Seja santificado... Venha... Seja feita...”: essa três súplicas já foram atendidas pelo Sacrifício do Cristo Salvador, mas se elevam doravante, na esperança, para seu cumprimento final, enquanto Deus ainda não é tudo em todos”. (CIC).

“Santificado seja o vosso nome”, é um fato que nos liga diretamente a Deus por meio do nosso batismo; é no batismo que nos tornamos filhas e filhos prediletos do Senhor e por esse motivo temos a obrigação moral de santificar o nome de Deus que está em cada um de nós. O reino de Deus é um reino de santos, pois a santidade é um atributo divino porque é próprio de Deus ser Santo; por isso, não temos outra missão aqui na terra a não ser a de nos santificarmos pelas graças recebidas do Senhor de nossas vidas. Vejamos o que São Paulo escreveu a esse respeito: Na água do Batismo fomos “lavados, santificados, justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus” (1Cor 6,11).

Ainda na Carta aos Éfésios: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda benção espiritual em Cristo, e no escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. No seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem Amado. Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e prudência”. (Ef 1,3-8).

“Durante toda nossa vida, nosso Pai ´nos chama à santidade` (1Ts 4,7). E, já que é ´por ele que vós sois em Cristo Jesus, que se tornou para nós santificação` (1Cor 1,30), contribui para a sua Glória e para nossa vida o fato de seu nome ser santificado em nós e por nós. Essa é a urgência de nosso primeiro pedido”. (CIC).

“Quem poderia santificar a Deus, já que é Ele mesmo quem santifica? Mas, inspirando-nos nesta palavra: ´Sede santos porque eu sou Santo` (Lv 11,44), nós pedimos que, santificados pelo Batismo, perseveremos naquilo que começamos a ser. E pedimo-lo todos os dias, porque cometemos faltas todos os dias e devemos purificar-nos de nosso pecados por uma santificação retomada sem cessar... Recorremos, portanto, à oração para que esta santidade permaneça em nós”. (São Cipriano).

Senhor Pai Santo, Justo, Misericordioso e Bom tende piedade de nós pecadores e lavai as nossas culpas com o Sangue de vosso Filho Jesus Cristo e mantenhais em nós a vossa santidade eterna. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

sábado, 5 de abril de 2008

QUANDO OS HOMENS NÃO ENTENDEM

QUANDO OS HOMENS NÃO ENTENDEM

(Evangelho de São João 6,52-59).

Somos contingentes, isto é, limitados vivendo num mundo que para nós tem limites, mas não atingimos a essência das coisas em si mesmas e por nós mesmos; e quando isso acontece ou procuramos uma resposta mágica ou descartamos o que não cabe no nosso entendimento. Com isso, muitas vezes nos tornamos céticos e menosprezamos o essencial objeto da fé.

Dessa forma quando Cristo diz com o pão sagrado: “Isto é o meu corpo”, não depende do nosso crer para ser sua presença eucarística; só dependo do nosso crer os efeitos desse alimento eterno que nos faz permanecer em Cristo para que tenhamos a vida.

Só entendemos a Deus quando falamos a sua linguagem expressa no cumprimento dos seus mandamentos. Viver o eterno no tempo é gozar da intimidade de Jesus que é o Pão da Vida que alimenta os que caminham para o seu reino de glória e salvação, os quais permanecem nele pela fé, com escreve São João: “Quem diz que crê em Cristo deve viver como ele viveu” (1Jo. 2,6).

Portanto, “... o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus: pois para ele são loucuras (‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna...’). Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar (ajuizar)”. Creio sim Senhor, que eu seja sempre teu!!!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...