VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 30 de abril de 2024

MINHA PAZ VOS DOU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 14,27-31a)(30/4/24)

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1. Caríssimos, se existe um estado de alma que mais desejamos, este se chama paz; todavia, no mundo conflituoso em que vivemos, ela está se tornando cada vez mais difícil; por isso, peçamos ao Senhor para acolhermos sua paz tal como Ele nos a comunica no Evangelho de hoje: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração." (Jo 14,27).
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2. O santo Padre, o Papa Francisco, em uma de suas audiências geral, fez este belíssimo comentário a respeito dessa frase de Jesus: "Devemos orientar-nos entre duas ideias de paz: a primeira é a bíblica, onde aparece a maravilhosa palavra shalom, que exprime abundância, prosperidade, bem-estar.
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3. Quando em hebraico se deseja shalom, deseja-se uma vida boa, plena, próspera, mas também de acordo com a verdade e a justiça, as quais terão cumprimento no Messias, Príncipe da paz (cf. Is 9, 6; Mq 5, 4-5).
4. Depois há o outro sentido, mais generalizado, em que a palavra “paz” é entendida como uma espécie de tranquilidade interior: estou tranquilo, estou em paz. Esta é uma ideia moderna, psicológica e mais subjetiva. Pensa-se geralmente que a paz é sossego, harmonia, equilíbrio interior.
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5. Este conceito da palavra “paz” é incompleto e não pode ser absolutizado, porque na vida o desassossego pode ser um importante momento de crescimento. Muitas vezes é o próprio Senhor que semeia a inquietação em nós para irmos ao seu encontro, para o encontrarmos.
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6. Muitas vezes o Senhor deve ser um “sinal de contradição” (cf. Lc 2, 34-35), abalando as nossas falsas certezas para nos conduzir à salvação. E nesse momento parece que não temos paz, mas é o Senhor que nos coloca neste caminho para alcançarmos a paz que Ele próprio nos concederá."
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7. Por fim, meditemos com estas palavras de São Padre Pio: "A paz é a simplicidade, a serenidade do espírito, a tranquilidade da alma, o vínculo do amor. A paz é a ordem e a harmonia de todo o nosso ser; é uma alegria contínua, que nasce do testemunho de uma boa consciência; é a alegria santa de um coração no qual Deus reina. 
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8. A paz é o caminho da perfeição, ou melhor, a perfeição encontra-se na paz. E o demônio, que sabe tudo isto muito bem, faz um grande esforço para nos fazer perder a paz. Nunca daremos um passo em direção à virtude da simplicidade evangélica se não nos esforçarmos por viver numa paz santa e inalterável. 
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9. O jugo de Jesus é suave, o seu peso é leve; por isso, não deixemos que o inimigo se insinue no nosso coração e nos roube essa paz. O inimigo da nossa salvação sabe muito bem que a paz do coração é um sinal seguro da assistência divina, e é por isso que não perde nenhuma oportunidade para no-la roubar.
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10. Estejamos, pois, sempre atentos a esta questão. Jesus ajudar-nos-á. Voltemos o nosso pensamento para o Céu, a nossa verdadeira pátria, de que o mundo é uma pobre imagem, e esforcemo-nos, com a ajuda divina, por manter em todos os acontecimentos, tristes ou alegres, a serenidade e a calma próprias dos verdadeiros discípulos do Nazareno."
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(São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
 «Palavras do Padre Pio», Cap. X, nn. 290-294).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 28 de abril de 2024

QUEM PERMANECE EM MIM E EU NELE ESSE DÁ MUITO FRUTO...


 Homilia do 5°Dom da Pascoa (Jo 15,1-8)(28/4/24). 

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1 Amados irmãos e amadas irmãs, a comunhão com o Senhor Jesus e a permanência Nele nos faz seres puros, isto é, sem pecados, como Ele nos ensinou: "Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado." (Jo 15,3). Ou seja, o poder da Sua Palavra purifica as nossas almas, pois vem acompanhada de todas as graças necessárias para vivermos em estado de santidade. 
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2. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus se compara a uma videira e o Pai a um agricultor; e essa sua videira está repleta de ramos, uns precisam de poda para que dêem muitos frutos; outros são galhos secos que serão arrancados e lançados no fogo onde perecerão, porque não viveram as graças tal qual as receberam. 
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3. Aqui cabe uma bela reflexão, pois, todas as graças nos são dadas para vivermos sem pecado algum e não em pecado mortal, pois a santidade da Igreja é revelada por seus filhos e filhas que vivem segundo a Vontade de Deus Pai. 
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4. Com efeito, o Senhor Jesus nos ensina que viver a vida divina recebida no batismo, significa permanecer em obediência à sua Palavra, escutemos: "Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim." (Jo 15,4).
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5. Mas como se dá essa permanência no Senhor? Pela ação do Espírito em nossa vida de oração, nos Sacramentos que recebemos e pela vivência da fé que praticamos. Bem como nos ensina são João: "Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu." (1Jo 5,23). 
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6. Escutemos, então, o Senhor: "Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5). Ou seja, somos dependentes do amor do Senhor como os ramos são da videira; pois amar o Senhor assim é seguí-lo firmemente até o fim. 
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7. Desse modo, nos são abertas as portas de sua divina misericórdia e tudo nos será dado, como Ele mesmo disse: "Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos." (Jo 15,7-8).
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8. Comentando este Evangelho, disse o Beato Columba Marmion: "Em Jesus Cristo, tudo irradia vida: as suas palavras, os seus atos, os seus estados. Todos os seus mistérios, tanto os da infância como os da sua morte, da sua ressurreição e da sua glória, possuem um poder de santificação sempre eficaz. 
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9. Nele, o passado não foi abolido (cf Rm 6,9; Hb 13,6). Ele derrama em nós, sem cessar, a vida sobrenatural. Mas a nossa falta de atenção ou de fé paralisa muitas vezes a sua ação na nossa alma. Para nós, viver a vida divina é possuir a graça santificante e fazer que os nossos pensamentos, os nossos afetos e toda a nossa atividade partam de Cristo, por uma intenção de fé e de amor."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 27 de abril de 2024

ACREDITAI-ME: EU ESTOU NO PAI E O PAI ESTÁ EM MIM


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 14,7-14)(27/4/24)

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1. Caríssimos, a graça que temos da parte de Deus por meio do Seu Santo Espírito de anunciarmos Cristo visivelmente presente nos Sacramentos e claramente audível em sua Palavra, não se compara à nenhum outro anúncio que os homens façam. No entanto, nem sempre seremos escutados, e no mais das vezes seremos perseguidos e até mortos por causa do Seu nome, como vimos na primeira leitura.
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2. Mas, por que isso acontece se anunciamos o Senhor Jesus ressuscitado que nos dá a vida eterna? Ora, precisamos compreender que quem está comprometido com o mal não aceita a Palavra da verdade que os leva à conversão e ao encontro com o Senhor. 
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3. E isso se dá porque aquele que os domina não lhes permite; todavia, é preciso a perseverança dos santos para resistir a tais ações maléficas, e assim anunciar o Senhor Jesus com intrepidez à todos que estão destinados à salvação. Como vemos neste relato: "Todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé. Desse modo, a palavra do Senhor espalhava-se por toda a região. (At 16,48b-49).
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4. E qual a nossa atitude frente à esses opositores? É a mesma de Paulo e Barnabé, que seguiram o conselho do Senhor: "Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Pois, o discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. 
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5. Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa!" (Mt 10,23a-25). E foi isso o que fizeram Paulo e Barnabé: "Então os apóstolos sacudiram contra eles a poeira dos pés, e foram para a cidade de Icônio." (At 16,51).
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos dá a garantia de que por sermos seus discípulos faremos obras maiores ainda que as suas, escutemos: "Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. 

7. Pois eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei." (Jo 14,12-14). Ou seja, fiquemos atentos ao disse o Senhor: "As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras." (Jo 14,10b).
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8. Destarte, façamos atenção à estas palavras de Santo Irineu de Lyon: "Aqueles que veem a Deus terão parte na vida, porque o esplendor de Deus é vivificante. É por esta razão que Aquele que é esquivo, incompreensível e invisível Se oferece para ser visto, compreendido e captado pelos homens: para dar vida àqueles que O captam e O veem. 
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9. Porque, se a sua grandeza é inescrutável, também a sua bondade é inexprimível; é por ela que Ele Se faz ver e dá vida àqueles que o veem. É impossível viver sem vida, e não há vida senão através da participação em Deus, que consiste em ver a Deus e gozar da sua bondade.
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10. Assim, os homens verão a Deus para viverem, tornando-se imortais através dessa visão e chegando até Deus. Foi isso que foi anunciado figurativamente pelos profetas: que Deus será visto pelos homens portadores do seu Espírito, que esperam incessantemente a sua vinda, segundo o que Moisés diz no Deuteronómio: «Naquele dia veremos, porque Deus falará ao homem e ele viverá» (Dt 5,24).
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11. Aquele que opera tudo em todos é invisível e inexprimível, no seu poder e na sua grandeza, para todos os seres por Ele criados; no entanto, não lhes é de modo algum desconhecido, pois todos aprendem, através da sua Palavra, que há um só Deus Pai, que contém todas as coisas e a todas dá existência, como diz também o Senhor: «Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que está no seio do Pai, é que O revelou» (Jo 1,18).
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(Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir - Contra as heresias, IV, 20,5-7; SC 100).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

IDE POR TODO O MUNDO E PREGAI O EVANGELHO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 16,15-20)(25/4/24)

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1. Caríssimos, neste tempo de espera, a Palavra de Jesus nos orienta para obediência à vontade do Pai, mas para isto Ele nos dá o Espírito Santo para que sejamos testemunhas de Sua Ressurreição, pois o Espírito do Senhor nos comunica toda verdade a seu respeito e de como devemos proceder nesse tempo de anúncio do Seu Reino de justiça e de paz. 
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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus dá as instruções finais de como os discípulos devem anuncia-lo ressuscitado em meio a nós: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado."
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3. Decerto, escutemos Santo Ireneu de Lyon a esse respeito: "Quando Nosso Senhor ressuscitou dos mortos e os apóstolos foram revestido com a força do alto pela vinda do Espírito Santo (cf Lc 24,49), ficaram cheios de certezas sobre tudo e receberam o conhecimento perfeito. Possuidores do Evangelho, foram, pois, até aos confins da Terra (cf Sl 18,5) proclamar a Boa Nova que nos vem de Deus e anunciar aos homens a paz do Céu."
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4." Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados". (Mc 16,17-18).
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5. E como vimos neste Evangelho de hoje: "Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam." Ou seja, o testemunho vem sempre acompanhado dos sinais que identifica a presença do Senhor ressuscitado no meio de nós. 
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6. Todavia, perguntemos a qual é o significado da Ascenção do Senhor? É o cumprimento do Salmo 109: "O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos por escabelo dos teus pés." Ora, em seu desígnio de amor Deus Pai determinou tudo conforme o seu plano para a salvação de todos os creem no Seu Filho, Jesus Cristo, Rei do Universo, "autor e consumador de nossa fé."
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Mas, quando será a Parusia (segunda vinda) do Senhor? Ora, os Apóstolos também indagaram o Senhor sobre isso: "Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. 

Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. Ou seja, esse nosso tempo é ainda o tempo do anúncio de Sua misericórdia e preparação para a sua vinda definitiva. 
"Depois, virá o fim, quando Ele entregar o Reino a Deus Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés." Portanto, "Alegremo-nos, exultemos e demos glória a Deus, porque o Senhor todo-poderoso tomou posse do seu reino, aleluia! (Ap 19,7.6)."

Conclusão: "Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu." (At 1,11).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

QUEM ME VÊ, VÊ AQUELE QUE ME ENVIOU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 12,44-50)(24/4/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, existe um versículo do Livro de Provérbios que nos chama muito a atenção com relação à evangelização e a salvação da humanidade, diz ele: "O coração do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor que dirige seus passos." (Pr 16,9). Em outras palavras, a obra da salvação humana pertence a Deus e é ele que a conduz por meio daqueles que Ele escolhe e envia.

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2. Com efeito, é isso o que vimos na primeira leitura, onde o Espírito Santo escolheu Paulo e Barnabé para a missão evangelizadora na Igreja de Antioquia, onde pela primeira vez na história os seguidores de Cristo foram chamados de cristãos. Ou seja, a ação do Espírito Santo nas almas consagradas a Deus à serviço da salvação da humanidade é palpável e direta. 

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3. E é maravilhoso perceber como isso aconteceu: "Enquanto celebravam a liturgia, em honra do Senhor, e jejuavam, o Espírito Santo, disse: Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo, e deixaram-nos partir." (At 13,2-3).

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4. Decerto, é esta a Pedagogia divina para a nossa salvação, como vemos nestas palavras do Senhor: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou." Desse modo, Ele nos dá a conhecer que é o enviado do Pai para toda a humanidade e que é pela fé o acolhemos e nos tornamos seus discípulos.

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6. Amados irmãos e irmãs, o dom da fé é tão preciso que põe por terra toda dúvida e insegurança que se apresentam tentando nos confundir; pois, gera a esperança e a convicção de que o Senhor está no comando de tudo; basta que a vivenciamos como vimos na primeira leitura. 

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7. Portanto, crer em Jesus é conviver com Ele ressuscitado em nosso meio pela ação do Espírito Santo, e fazer tudo o que Ele nos ensina por meio dos seus escolhidos. É isso o que constitui a unidade da Santa Igreja, com bem enfatiza são Paulo: "Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos." (Ef 4,4-6). 

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8. Meditemos então com estas palavras do saudoso Papa Bento XVI: "O mundo precisa da cruz. Ela não é simplesmente um símbolo privado de devoção, não é um distintivo de pertença a um grupo social, e o seu significado mais profundo não tem nada a ver com a imposição forçada de um credo ou de uma filosofia.

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9. Ela fala de esperança, fala de amor, fala da vitória da não-violência sobre a opressão, fala de Deus levantando os humildes, fortalecendo os fracos, superando as divisões e vencendo o ódio com o amor.  

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10. Um mundo sem cruz seria um mundo sem esperança, um mundo onde a tortura e a brutalidade continuariam a correr desenfreadas, os fracos seriam explorados e a ganância teria a última palavra. A desumanidade do homem para com o homem manifestar-se-ia de formas ainda mais horríveis e não haveria fim para o ciclo maléfico da violência. 

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11. Só a cruz poria fim a isso. Agora, nenhum poder terreno pode salvar-nos das consequências do nosso pecado e nenhum poder terreno pode derrotar a injustiça na sua origem, mas a intervenção salvadora do nosso Deus misericordioso transformou a realidade do pecado e da morte no seu oposto. É isto que celebramos quando damos glória à cruz do Redentor".

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 23 de abril de 2024

O AMOR DE JESUS É INVENCÍVEL...

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 10,22-30)(23/4/24)

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1. Caríssimos, estamos vivendo o tempo da tomada de decisão por nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, para assim segui-lo até o fim dos nossos dias neste mundo; digo isso porque todos os sinais dos acontecimentos profetizados por Ele já estão em pleno curso e não tem como duvidar, basta fazer uma análise da atual situação do mundo.
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2. No Evangelho de hoje enquanto Jesus passeava no Templo, por ocasião da festa de sua dedicação, pois, era o símbolo da fé judaica, muitos se aproximaram dele, esboçando dúvidas a respeito de sua identidade Messiânica: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”.
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3. Ao que, o Senhor lhes respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 
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4. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebata-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um". (Jo 10,24-30).
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5. Com efeito, essas Palavras de Jesus são profundamente significativas, pois, elas comprovam que muitos não o seguem porque se deixam enganar pelas artimanhas do Maligno. Aliás, são João na sua primeira carta, escreveu: "Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora.
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6. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. Vós, porém, tendes a unção do Espírito Santo e sabeis todas as coisas." (1Jo 2,18-20).
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7. Comentando este Evangelho disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "Ninguém pode dizer-se seguidor de Jesus se não escutar a sua voz. E esta "escuta" não deve ser entendida de forma superficial, mas de forma envolvente, a ponto de tornar possível um verdadeiro conhecimento recíproco, do qual pode nascer um seguimento generoso, expresso nas palavras "e elas me seguem" (v. 27). 
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8. Trata-se de uma escuta não só do ouvido, mas do coração! Assim, a imagem do pastor e das ovelhas indica a relação de proximidade que Jesus quer estabelecer com cada um de nós. Ele é o nosso guia, o nosso mestre, o nosso amigo, o nosso modelo, mas acima de tudo é o nosso Salvador.
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9. A nossa vida está plenamente segura nas mãos de Jesus e do Pai, que são um só: um só amor, uma só misericórdia, revelados de uma vez por todas no sacrifício da cruz. Para salvar a ovelha perdida que todos nós somos, o Pastor fez-se cordeiro e deixou-se sacrificar para tomar sobre si e tirar o pecado do mundo. 
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10. Deste modo, deu-nos a vida, mas vida em abundância (cf. Jo 10, 10)! Este mistério renova-se, numa humildade sempre surpreendente, na mesa eucarística. É ali que as ovelhas se reúnem para se alimentarem; é ali que se tornam uma só coisa, umas com as outras e com o Bom Pastor. 
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11. É por isso que já não temos medo: a nossa vida está agora salva da perdição. Nada nem ninguém nos pode arrancar das mãos de Jesus, porque nada nem ninguém pode vencer o seu amor. O amor de Jesus é invencível!" (Papa Francesco - Regina Caeli, 17 aprile 2016).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de abril de 2024

O BOM PASTOR DÁ A VIDA POR SUAS OVELHAS...


 Homilia do 4°Dom da Páscoa (Jo 10,11-18)(21/4/24)

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1. Caríssimos, eis o que nos ensina esta liturgia, a obra da salvação pertence somente a Deus, e ela não é exclusiva; mas, inclusiva; pois, não somos nós que nos salvamos, mas, somos salvos por Jesus, que nos amou à ponto de se rebaixar à nossa miserável condição; bem como Ele mesmo disse: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mc 2,17).
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2. No Evangelho de hoje o Senhor nos revela quem é e qual a sua missão: «Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas» (Jo 10, 11). Por outro lado, Ele também nos mostra que os mercenários são falsos pastores que não cuidam das ovelhas, mas apenas as exploram, por isso, fogem quando o lobo chega, e deixam que o rebanho se perca.
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3. Diz ele: "O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas." Ou seja, precisamos ficar atentos e identifica-los para não sermos destruídos pelos lobos.
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4. E como ter tal discernimento? O Senhor mesmo responde: "Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. É por isso que o Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente." (Jo 10,14-15.17).
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5. Comentando este Evangelho disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "Esta auto-apresentação de Jesus não pode ser reduzida a uma sugestão emotiva, sem qualquer efeito concreto! Jesus cura através do seu ser Pastor que dá a vida.
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6. Oferecendo a sua vida por nós, Jesus diz a cada um: "A tua vida vale tanto para mim, que para a salvar dou-me completamente a mim mesmo". É exatamente este oferecer a sua vida que o torna bom Pastor por excelência, Aquele que cura, Aquele que nos permite levar uma vida boa e fecunda.
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7. Ele está atento a cada um de nós, conhece profundamente o nosso coração; conhece as nossas qualidades e os nossos defeitos, os projetos que realizamos e as esperanças que foram desiludidas. 
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8. Mas aceita-nos tal como somos, até com os nossos pecados, para nos curar, para nos perdoar; Ele guia-nos com amor, para podermos percorrer até caminhos difíceis, sem perder o rumo. Ele acompanha-nos. 
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9. Abramos o coração a Jesus, para que Ele entre em nós. E assim tenhamos uma relação mais vigorosa: Ele ressuscitou! Assim podemos segui-lo durante a vida inteira." (Papa Francisco, trechos do Regina Coeli, 22 de abril de 2018).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 20 de abril de 2024

"SENHOR, TU TENS PALAVRAS DE VIDA ETERNA"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 6,60-69)(20/4/24)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra que, por sermos portadores de Jesus, Palavra eterna do Pai, aonde Ele nos envia para anuncia-lo, sempre acontece algo novo, como vimos na primeira leitura em que mediante as palavras e os prodígios realizados por São Pedro os habitantes de Lida e Jope creram no Senhor Jesus e aderiram à fé que lhes anunciava.
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2. De fato, tudo isso faz parte do Plano de Deus para a salvação da humanidade; as Palavras do Senhor podem até parecer obsuradas, mas isto para aqueles que as escutam racionalmente sem o auxílio da graça do Espírito Santo; bem como nos ensinou São Paulo: "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar." (1Cor 2,14). 
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3. Decerto, "Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens." (1Cor 1,21)
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4. Desse modo, compreendemos perfeitamente a resposta de Pedro a Jesus ao ser perguntado: "Vós também vos quereis ir embora?" Disse ele: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. (Jo 6,67-69).
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5. Portanto, caríssimos, comungar Jesus é se unir a Ele naturalmente e espiritualmente, para manter com Ele um diálogo constante, porque, Ele vive e reina em meio à nós, nos comunicando a sua santidade por meio da Santa Eucaristia, dos demais Sacramentos e de sua Palavra que confirma as nossas ações em favor das almas a serem salvas.
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6 Comentando o Evangelho de hoje, disse o saudoso Papa Bento XVI: "O mundo considera afortunados os que vivem muito tempo, mas Deus olha mais para a retidão do coração do que para a idade. O mundo dá crédito aos "sábios" e aos "instruídos", enquanto Deus prefere os "pequeninos". 
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7. A lição geral que se tira daqui é que há duas dimensões da realidade: uma é mais profunda, verdadeira e eterna; a outra é marcada pela finitude, impermanência e aparência. Ora, é importante sublinhar que estas duas dimensões não são colocadas numa simples sucessão temporal, como se a verdadeira vida só começasse depois da morte. 
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8. Na realidade, a verdadeira vida, a vida eterna, começa já neste mundo, ainda que na precariedade dos acontecimentos da história; a vida eterna começa na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e o acolhemos no meio de nós. 
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9. Deus é o Senhor da vida e n'Ele "vivemos, nos movemos e existimos" (At 17,28), como disse São Paulo no Areópago de Atenas. Deus é a verdadeira sabedoria que não envelhece, é a autêntica riqueza que não apodrece, é a felicidade que o coração de cada homem deseja profundamente. 
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10. Esta verdade, que atravessa os livros sapienciais e reaparece no Novo Testamento, encontra a sua plena realização na existência e no ensinamento de nosso Senhor Jesus Cristo." (Benedetto XVI - Santa Messa in suffragio di cardinali e vescovi defunti, 3 novembre 2008).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

NÃO JULGUES PELA APARÊNCIA, MAS PELA FÉ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,52-59)(19/4/24).

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1. Caríssimos, a conversão de Paulo é um sinal permanente que o Senhor nos dá mostrando que por mais que um ser humano peque, sua divina misericórdia é infinitamente superior à toda fraqueza a que esse ser humano se expõe ao cair em pecado. 
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2. A aparição e o diálogo que o Senhor Jesus mantém com Paulo e Ananias os conduzindo aos seus desígnios salvíficos são ações que nos remetem ao viver novo de todos renascidos da água e do Espírito Santo no batismo.
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3. Ora, tendo em vista essa vida nova, São Paulo nos exorta: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória." (Cl 3,1-4).
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4. De fato, "as coisas do alto" são as virtudes eternas com as quais glorificamos a Deus e que São Paulo chama fruto do Espírito: "O fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança." (Gl 5,22-23a).

5. Ora, e mesmo vivendo em meio às provações deste mundo por causa dos males que nos cercam; essas virtudes nos acompanharão até a nossa partida para o céu, desde que nos deixemos conduzir pelo Espírito Santo, com também nos ensina são Paulo: "Pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,14).
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6. Amados irmãos e amadas irmãs, baseados no Evangelho de hoje nunca queiramos entender as coisas de Deus segundo a carne, ou seja, racionalmente, porque os critérios para crer são divinos e não humanos. É bem como nos ensina o Senhor: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida." (Jo 6,63).
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7. A respeito da Santa Eucaristia meditemos com esta Catequese de São Cirilo de Jerusalém: "Naquele tempo, Cristo disse: «Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós». Mas eles não ouviram estas palavras espiritualmente e foram-se embora escandalizados, julgando que o Senhor os tinha convidado para uma refeição comum.
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8. Já no Antigo Testamento havia os pães da proposição. Mas deixou de ser necessário oferecer o pão da Antiga Aliança. Na Nova Aliança, temos o pão do Céu e o cálice da salvação (cf Sl 115,13), que santificam a alma e o corpo. De fato, tal como o pão se acorda com o corpo, assim o Verbo se harmoniza com a alma.
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9. Portanto, não te detenhas no pão e no vinho como se fossem apenas isso, porque, segundo a afirmação do Mestre, eles são corpo e sangue. Seja qual for a perceção dos sentidos, que a fé seja o teu conforto. Não julgues a realidade pelo seu sabor, mas pela fé.
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10. O que aprendeste te dá esta certeza: o que parece pão não é pão – embora tenha sabor de pão –, mas é o corpo de Cristo; e o que parece vinho não é vinho – embora o gosto o queira afirmar –, mas é o sangue de Cristo." (São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja - 4.ª catequese mistagógica, 1,4-6.9).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

VIVEMOS DENTRO DO MISTÉRIO DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,44-51)(18/4/24)

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1. Caríssimos, vivemos dentro do Mistério de Deus e dele participamos diretamente; e por mais que experimentemos o Seu amor e a sua misericórdia é muito pouco ou quase nada em relação ao infinito que Deus é e nos dá ser por ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos. 
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2. Aliás, este deve ser o empenho de toda a nossa vida, como nos ensinou são João: "Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." (1Jo 4,16). De fato, muito se falado de amor, seja nos livros, nos filmes, novelas, nas conferências, nas canções, etc. Todavia, só quem faz a experiência do amor de Deus pode expressa-lo verdadeiramente como ele é. 
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3. Com efeito, viver o Grande Mistério da Eucaristia como o Senhor nos ensina no Evangelho de hoje, é viver a unidade perfeita do Seu Corpo que é a Igreja (cf. Col 2,18) e assim gozar desde já a vida eterna que Ele nos concede; escutemos, então, o Senhor: "Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. (Jo 6,51).
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4. De fato, o mundo só terá paz mediante a conversão e a participação no Grande Mistério da presença Real de Cristo na Eucaristia e pela vivência da Sua Palavra, porque sem a prática da Sua Palavra não existe esperança alguma neste mundo. 
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5. Sem dúvida alguma, toda esta dicotomia que se vive hoje na face da terra tem como fundamento a rejeição a Jesus, o Filho de Deus; porque, rejeitar o Senhor significa aceitar esta divisão e todos os males que o demônio causa por meio dos pecados consentidos e praticados pelos homens.
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6. Decerto, não existe experiência mais triste e devastadora para a alma do que viver mergulhada no pecado sem nenhuma esperança de vida eterna. Aliás, o pecado é em si mesmo como um veneno infernal que destrói todas as capacidades recebidas de Deus para se manter no estado de graça.
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7. Pelo contrário, quando vivemos intensamente o Mistério de Cristo Eucarístico, o fazemos porque Deus nos amou primeiro e nos conduziu à comunhão perfeita com o Seu Filho amado. E o Senhor, por sua divina misericórdia, nos perdoa; nos alimenta com o Seu Corpo e Sangue e nos conduz por Seu Santo Espírito para um viver sem pecados (cf. Jo 8,11). 
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8. Comentando este Evangelho disse o Papa Leão Magno: "A natureza humana foi assumida pelo Filho de Deus tão intimamente que não só nele, "o primogênito de toda a criatura" (Cl 1,15), mas em todos os santos, há apenas um e mesmo Cristo. 
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9. E, tal como a cabeça não se pode separar dos membros, também os membros não podem ser separados da cabeça. Sofre com Ele, não apenas a coragem gloriosa dos mártires, mas também a fé de todos os que renascem do banho da regeneração. 
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10. Com efeito, quando renunciamos ao diabo para crer em Deus, quando passamos da vetustez à renovação, quando depomos a imagem do homem terreno para nos revestirmos da forma celeste, produz-se uma espécie de morte e ressurreição; igualmente, aquele que é acolhido por Cristo e O recebe, após o banho do batismo deixa de ser o que era: o seu corpo regenerado torna-se a carne do Crucificado.
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11. Por isso, a Páscoa do Senhor é celebrada como convém, «com o pão ázimo da pureza e da verdade» (1Cor 5,8), quando, rejeitado o fermento da antiga malícia, a nova criatura se inebria e se alimenta do próprio Senhor. Pois a participação no corpo e no sangue de Cristo não tem outro propósito senão permitir-nos levar a toda parte, no espírito e na carne, Aquele em quem e com quem morremos, fomos sepultados e ressuscitamos."
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(São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja - Sermão XII sobre a Paixão; PL 54, 355-357).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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